Tecnologias têm o intuito de minimizar os impactos das mudanças climáticas
Ao contrário do cenário do Sul do Brasil, as outras regiões do País apresentam cenários de estiagem e seca. Enquanto de um lado o atraso no plantio se dá por excesso de chuvas, de outro é por falta dela.
O Brasil enfrenta a seca mais intensa e de maior proporção recentemente. Rios secando, incêndios se prolongando e atingindo novas áreas não apenas nas lavouras, mas também em vegetações nativas e secas.
No norte, segundo dados do Cemaden, 433 cidades das 450 da região estão sob estiagem. Ou seja, cidades ribeirinhas com rios abaixo dos níveis normais, impedindo a comercialização e o acesso a insumos e produtos do dia a dia.
No sudeste, mais de 50% das cidades apresentam cenário de seca, segundo dados do G1. São Paulo tem um ambiente ainda mais promissor para a estiagem, já que os incêndios no interior do estado e nas propriedades agrícolas exercem grande influência no cenário.
O centro-oeste também está prejudicado. A maior preocupação está no Pantanal, com as temperaturas mais altas da história, esta é a pior crise hídrica já vista no bioma.
Sul e nordeste seguem afetados, porém em índices menores, sem prejuízos muito alarmantes para os estados.
IA no Agronegócio
O agronegócio tem sofrido com a estiagem desde 2023 e os impactos no setor influenciam a quebra de safra de diferentes culturas. Entre elas soja e milho, principais culturas semeadas no País.
Com o objetivo de solucionar o problema da seca, tecnologias agrícolas podem servir para impulsionar a produção por meio de uma irrigação precisa e sustentável.
Além disso, startups e centros de pesquisa têm se dedicado no desenvolvimento de tecnologias capazes de identificar focos de incêndio em lavouras e secas-relâmpago em todo território nacional.
A Agrotools desenvolveu uma ferramenta que utiliza inteligência artificial analisando dados geográficos e de clima. Dessa forma, as cooperativas e os produtores rurais acessam relatórios atualizados, três vezes ao dia, e baseiam as tomadas de decisões na gestão do campo.
Outra tecnologia é um modelo computacional. Desenvolvida por Humberto Barbosa, meteorologista e pesquisador da UFAL, a ferramenta visa auxiliar produtores rurais na previsão de secas-relâmpago. Tem como prioridade as regiões que mais sofrem com a estiagem no Brasil, mas segundo o pesquisador, pode ser usada em qualquer município do País.
Com o cruzamento de dados históricos nacionais, a inteligência artificial pode detectar padrões climáticos e entregar previsões com mais de 90% de precisão e 10 dias de antecedência.
Resoluções como essas, surgem com o intuito de minimizar os impactos das mudanças climáticas e do desmatamento gerado pelo homem. No agronegócio, a expansão dessas tecnologias traz condições favoráveis para a produção de grãos nacionais.
Uma vez que a agricultura sofre cada vez mais com a volatilidade dos preços das commodities devido a produtividade, oferta e demanda, e quebras de safras.