A safra 2024/25 já iniciou, mas as incertezas do cenário produtivo e climático influenciam os produtores.
Atrasos, oscilações e logística chacoalham o mercado de insumos do agronegócio. Baixa nos preços das commodities e baixa redução do custo de produção dos grãos frearam produtores rurais na compra de fertilizantes e adubos.
De acordo com a YARA, líder no mercado de nitrogenados, no primeiro bimestre de 2024 apenas 20% do volume esperado de fertilizantes foi comercializado, considerando o mercado dos anos anteriores, que na mesma época, já alcançavam 40%.
A safra 2024/25 já iniciou, mas as incertezas do cenário produtivo e climático influenciam os produtores.
Muitos sem verbas para investimentos, já que tiveram perdas e preços elevados na safra anterior, com juros altos para liberação de créditos e atrasos na safrinha de milho devido às condições climáticas, seguram as compras, também pautados em uma melhora nos preços da cadeia produtiva.
A preocupação está na logística desses produtos no segundo semestre do ano. Com uma espera geral na compra, o pensamento é que muitos produtores procurem por fertilizantes na mesma época. Dessa forma, proporcionando atrasos na entrega e possível atraso do uso no momento certo dentro da lavoura.
Em entrevista a Agribrasilis, Marcelo Mello, diretor de fertilizantes da consultoria StoneX Brasil, afirma que cerca de 60% da demanda de fertilizantes no Brasil é destinado para soja e milho. Além disso, o produto representa entre 30% e 40% do custo de produção dos grãos.
Mercado nos últimos 4 anos de compra de fertilizantes
O cenário de insumos agrícolas, principalmente fertilizantes apresentou altas significativas de preços com a guerra entre Rússia e Ucrânia. Os preços dos fertilizantes registraram os primeiros aumentos no primeiro semestre de 2022 com o conflito iniciado. Cenário que enfraqueceu a compra por produtores rurais
Desde 2023 os atrasos são registrados, uma vez que muitos produtores aguardaram a baixa dos preços. Foram dois anos de recordes históricos, tanto de baixa como de alta no valores cobrados.
Mesmo com o atraso, os empresários ainda se mantêm confiantes na estabilidade do mercado, já que a rentabilidade para 2024 alcançou os mesmos níveis pré-pandêmicos.