A cada 3,3 milhões de hectares de Agave é possível produzir 30 bilhões de litros de etanol
São 3 milhões de hectares de área plantada em São Paulo com produção de cana-de-açúcar, segundo a plataforma EEmovel Agro. Na Bahia, 28 milhões de hectares correspondem à produção de agave.
São Paulo é o maior produtor do Brasil de cana-de-açúcar com 73% da área plantada. Seguido por Minas Gerais e Goiás com 1 milhão de hectares. Já o agave na Bahia corresponde a 95% da produção nacional do produto.
Enquanto a cana exige uma quantidade significativa de água durante o seu desenvolvimento e produção, o agave é ideal para regiões de seca e solos semi áridos.
Clima
As condições climáticas apresentadas nos últimos anos no Brasil, geram preocupações na produção agrícola nacional. Isso porque, regiões onde a chuva era esperada para o início da temporada 2024/25, não aconteceram.
Matopiba é um exemplo disso. Apesar de se tratar de culturas como soja e milho, produtores seguem em seca e sem previsão de chuvas consideráveis para manter a qualidade do grão.
“Para produzir uma tonelada de cana-de-açúcar são necessários 137m³ de água.”
Neste sentido, a produção de cana pode ser prejudicada e consequentemente, a exportação de açúcar e a produção de etanol.
Agave
Conhecida como a planta da tequila, a agave está sendo considerada uma alternativa na produção de etanol no Brasil. Isso porque, com o clima instável e projeções de muita seca, a agricultura poderá sofrer quedas de produtividade.
A alta competitividade da planta frente a outras matérias-primas na produção do etanol, despertou o interesse e estudos têm se desenvolvido no País.
A agave não necessita de alta quantidade de água. Pelo contrário, esta planta se desenvolveu em regiões como o sertão da Bahia. Com solo Semi árido e alta restrição hídrica.
A planta necessita de 40% a 75% menos água do que a produção de milho e cana. Ou seja, sobrevive com apenas 300 milímetros de água por ano.
“A cada 3,3 milhões de hectares de Agave é possível produzir 30 bilhões de litros de etanol”
Mas suas vantagens vão além. A quantidade de biomassa produzida é superior a de cana-de-açúcar, apresentando valores entre 136 e 144 toneladas. Além disso, tem alta concentração de açúcar facilitando a produção de etanol.
Projetos como Replanta Agave, Brave e Arrakis foram desenvolvidos no Brasil com o objetivo de levantar dados sobre a produção de etanol por meio da planta. E claro, incentivar produtores rurais na melhoria do cultivo e no uso de áreas em que a agricultura de grãos não consegue se desenvolver.
Atualmente, apenas cerca de 4% de uma planta é aproveitada para produção de sisal, o restante é descartado. Segundo pesquisa da Unicamp, os outros 96% poderiam ser utilizados para a produção de Etanol.
O mercado de biocombustíveis vem crescendo no Brasil e pode ser o caminho para o aproveitamento de áreas degradadas, além de ser fonte de renda para muitos brasileiros.
