O conflito entre Israel e Irã desestabiliza e gera volatilidade no preço das commodities no mercado internacional.
Na última terça-feira (01) uma chuva de mísseis foi vista em território israelense. Foram mais de 100 mísseis em direção ao País, que atingiram grande parte Tel Aviv, capital de Israel.
O conflito já é histórico na região, colocando Israel e Irã, apoiador do Hezbollah — grupo extremista situado no Líbano, em ataque desde o segundo semestre de 2023.
Segundo o G1, diferentes aspectos culminaram no aumento das tensões entre Israel e o grupo, como ataques a Israel em apoio ao Hamas, explosões coordenadas em aparelhos de comunicação do Hezbollah, morte de líderes e outros fatores.
O conflito se tornou assunto e pauta para uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU que deve acontecer nesta quarta-feira (02).
Mercado agrícola internacional
Israel é um grande produtor e fornecedor de fertilizantes para todo o mundo, principalmente após a Guerra na Ucrânia. Brasil, Estados Unidos, países do Oriente Médio, África do Sul e outros países africanos são os mais afetados, já que são grandes importadores dos produtos israelenses.
Além disso, Israel é um país importante no desenvolvimento tecnológico da agricultura, com métodos eficazes de irrigação, sustentabilidade e aumento da produtividade na lavoura.
O conflito desestabiliza e gera volatilidade no preço das commodities no mercado internacional. A instabilidade tem duas faces, valorização dos preços brasileiros frente aos preços mundiais, mas também aumento nos custos de produção dos grãos brasileiros, encarecendo o valor de venda dos produtos.
As importações do Brasil vindas do Oriente Médio em 2023, somaram US$ 1,1 bilhão entre janeiro e setembro, sendo, 44% ou US$ 470,8 milhões de fertilizantes. Com a dependência do Brasil neste setor, de importações de fertilizantes, o quadro poderá se tornar preocupante caso o conflito se intensifique e culmine em uma guerra.
Outro ponto que gera preocupação, é em relação a exportação e importação dos produtos, não apenas brasileiros, mas de todo o mundo. Uma vez que a intervenção e bloqueio da rota marítima, no ponto estratégico — o Golfo Pérsico, abale o transporte de commodities agrícolas e do petróleo.
A volatilidade do preço do petróleo também preocupa o governo brasileiro, que aguarda atualizações sobre possíveis retaliações e alianças dos Estados Unidos à Israel.
Na última terça-feira (1º) o preço do petróleo atingiu crescimento de 5%, recuando posteriormente para 3,5%. Com a projeção de aumento do dólar, a pressão sobre a inflação, falando em produtos importados, deve ser reflexo do conflito.