Queda de vendas de máquinas agrícolas até abril foi de 18,5%, segundo a Fenabrave.
Há quatro anos o cenário de máquinas agrícolas sofre instabilidade no mercado. Apresentando, dessa forma, quedas representativas por dois anos consecutivos. Paralisações de fábricas e demissões em massa são consequências de um mercado que depende das commodities brasileiras.
Em 2022, 70.262 unidades de máquinas foram vendidas, comparadas às 58,4 mil unidades em 2021. A queda significativa aconteceu em 2023, quando as vendas reduziram 13,2%, segundo a Forbes. Redução que também se estendeu para 2024, ano que apresentou queda até abril de 18,5%, segundo a Fenabrave.
No entanto, 2024 ainda não terminou e o cenário permanece o mesmo. Grandes responsáveis pela instabilidade do mercado, foram as oscilações das commodities que vem atingindo não apenas o mercado brasileiro, mas também o mercado internacional.
Avaliando o cenário dos últimos quatro anos, as commodities apresentaram crescentes cotações, produtividade e área plantada nos anos 2020 e 2021, devido à alta demanda. No ano de 2022 as principais culturas apresentaram recordes de safras com 263,8 milhões de toneladas, uma alta de 3,8% comparado ao ano anterior, segundo o Gov.
Em 2023, a normalização das ofertas globais com a recuperação das safras internacionais e consequente desvalorização, também, dos grãos na bolsa de Chicago, refletiram a queda no mercado interno, gerando preocupações para os produtores.
Por consequência, as condições climáticas instáveis de seca ou chuvas intensas também geraram insegurança dos produtores com o investimento em máquinas e tecnologias sem garantia de rentabilidade e produtividade.
O El Niño que atingiu o Brasil na safra 2023/24 foi condicionante para que houvesse quebras nas produções e perdas significativas, principalmente no sul do País.
Mercado de máquinas agrícolas para os próximos anos
Mesmo com um mercado retraído e conservador a John Deere, em entrevista à AG Feed, declarou investir nas fábricas valores em torno de 1,25 bilhão. Não apenas em fabricação, mas também em tecnologias para o setor, na espera de um mercado mais promissor e exponencial. Mesmo que apenas para os próximos dois anos.
Além de concessões de crédito e maiores opções de investimento em maquinário agrícola, principalmente após o aporte do Bradesco garantindo combustível para a comercialização da empresa.