Atualmente, 86% de todo o consumo é importado de outros países
Aprovado em 2023 com início da produção no segundo semestre de 2025, a Petrobrás anunciou a reativação da indústria com produção de fertilizantes (ANSA) no estado do Paraná. Serão R$870 milhões investidos na fábrica que estava inativa desde 2020.
Atualmente, o mercado brasileiro consome cerca de 39,4 milhões de toneladas, sendo apenas 6,8 milhões de toneladas advindas da produção nacional. Ou seja, são aproximadamente 86% de todo o consumo importado de outros países, o que representa forte dependência global do Brasil.
A Araucária Nitrogenada S.A, ANSA, tem capacidade para produzir 720 mil toneladas por ano de ureia, 475 mil toneladas por ano de amônia e 450 mil m³ por ano do Agente Redutor Líquido Automotivo (ARLA 32), segundo a Petrobrás.
Para atender a demanda de consumo interno de fertilizantes seria necessária a produção de 32,6 milhões de toneladas. Por isso, o Brasil é o quarto maior consumidor de fertilizantes e líder em importação do insumo.
O Plano Nacional de Fertilizantes (PNF), aprovado em novembro, tem como principal objetivo atender de 45% a 50% da demanda interna até 2050, segundo a Agência Gov.
Apenas a cultura de soja, corresponde a 40% do total de fertilizantes aplicados no Brasil. O Paraná se encontra como segundo maior produtor de soja do Brasil, com cerca de 21 milhões de toneladas de produção na safra 2022/23.
Para a reativação das atividades, a Petrobrás deve formalizar acordo com a Yara Brasil Fertilizantes, principal parceira cotada para a ação que ainda está em fase de negociação.
Além do Paraná, a Petrobrás também almeja alcançar outros estados e expandir a produção e a comercialização de fertilizantes. Três lagoas, no estado do Mato Grosso do Sul, possui uma unidade inativada desde 2014, que deve voltar a ativa.
Gás natural – Fertilizantes
Além disso, o investimento em gás natural — insumo para fertilizantes — também é cotado dentro do plano da Petrobrás. No geral, este insumo é utilizado não só para produção de fertilizantes. Mas também para siderurgia, papel e celulose, e petroquímica, abastecimento de residências e comércios e transportes.
O que consideraria um grande avanço, se exponencial, dessa produção necessária para o País.
Preços com menor oscilação
No geral, a reativação da ANSA facilitaria toda a cadeia produtiva agrícola. Visto que com produções nacionais, o mercado não depende 100% das importações e da volatilidade cambial.
O Brasil teria mais competitividade no mercado internacional e consequentemente, redução dos custos de produção das culturas brasileiras. Dessa forma, favoreceria não só pequenos e médios produtores rurais, mas também indústrias espalhadas pelo País.