A projeção é de uma retração de R$944 bilhões na receita agrícola, gerando impactos no PIB nacional.
Serão 13,07% de queda no PIB da soja e 5,33% na cadeia produtiva do grão e biodiesel, segundo estimativas da Cepea e Abiove. Isso, decorrente de oscilações na cotação da soja e quebra de safra, atingindo o mercado do agronegócio não apenas até o fim deste ano, 2024. Mas também refletirá em 2025.
A quebra na safra de soja em 2024 se deu por condições climáticas adversas. Em um lado, falta de umidade no solo, de outro, chuvas intensas. Ambas prejudicando todas as etapas de cultivo das safras. Influenciando não só na expansão da cultura, como também na produtividade.
Além de afetar a produção do grão de fato, essa quebra afeta toda a cadeia produtiva, incluindo os agrosserviços relacionados. A projeção é de uma retração de R$944 bilhões na receita agrícola, gerando impactos no PIB nacional.
Outro setor afetado é o financeiro, que estima perda de R$28,9 bilhões na produtividade, segundo a Cogo Inteligência em Agronegócio.
O que salvou as perspectivas de fechamento do PIB 2024, foram as crescentes demandas por biocombustíveis, que até o final do ano devem aumentar 22%, alcançando 8,9 bilhões de litros. A IEA projeta aumento de 11% na demanda global por biocombustíveis.
A queda nos preços de exportação também chamou a atenção no segundo semestre. Isso porque foi reflexo na quantidade de produtos exportados, apresentando queda de 11,33%, totalizando US$12,42 bilhões, segundo o Portal do Agronegócio.
Apesar das baixas na produção devido a condições que fogem do controle do produtor rural, são esperados 8 milhões de toneladas de soja em dezembro de 2024, retomando os estoques mundiais.
A USDA afirma que os dados revelam um crescimento de estoques maiores do que demandas de alimentos. Portanto, o desequilíbrio entre oferta e demanda deve persistir em 2025, acarretando em queda nos preços no próximo ano.
Estima-se que com estoques elevados e o crescimento populacional em ascensão, a demanda de alimentos tenha aumentos significativos. E sendo o Brasil o maior produtor de soja do mundo, a responsabilidade de atender essa demanda, recaia principalmente para o País, que dependerá de investimentos em tecnologia para atender países pelo mundo.